Minha Minga


Quem é que não tem várias histórias para contar sobre o avô ou avó, comigo não é diferente. Meus avós paternos eu não conheci, meu avô por parte de mãe morreu quando eu tinha 12 anos, mas eu ainda tenho bem pertinho minha avó, minha minga, a mais linda, alegre, solidária, guerreira e festeira que eu já vi, minha avó Domingas Valeriana.

As festas, encontros, sambas, reuniões só acontecem por causa dela. Ela que consegue unir a família e os agregados, que não são poucos.

Quando eu era criança passava o dia com ela e a noite voltava para casa. Era com minha avó que eu ia para a feira de São Joaquim, festa de Yemanjá, ia rezar para Santo Antônio na casa dos vizinhos, ralava o joelho para pegar bala de Cosme e Damião e um montão de coisas. Adorava quando eu estava lá assistindo televisão e ela me chamava no cantinho e dizia: Vamos ali carocinho de feijão, mas, não conte para ninguém. Me sentia tão feliz!Claro que ela também levava os outros netos nos outros dias e provavelmente também usava o segredo...kkk. Certa vez fomos ao mercado e ela me comprou um doce que eram umas bolinhas verdes. Só sei que até hoje procuro esse docinho e nunca mais encontrei.

O tempo foi passando, eu fui crescendo e eu já não a vejo com tanta frequência como antigamente, mas quando vou na casa dela é sempre aquela alegria, todo mundo falando alto, todo mundo querendo tudo , coisas de casa de avó. E ela diz que estou mais fortinha, pergunta como está o trabalho, diz que quando vê passando algo que aconteceu em Camaçari , fica olhando para ver se me vê, pergunda cadê o namorado que eu nunca tenho, fala que eu tenho que aprender a cozinhar, coisas de avó. Ah! as calcinhas mais sexy que tenho foi ela que me deu e conta toda orgulhosa que vai a loja comprar e a vendedora fica falando “que avó é essa”.

E quando um neto fica com “ ciúmes” do outro, ai é guerra. Todo mundo querendo beijar, abraçar, tirar um pedacinho...kkk

Essa é a minha avó, minha linda, minha flor.

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