Diário de Buzú: Diálogo de "peões"


Um dia desses estava indo para o trabalho quando alguns "peões" entraram no ônibus. Não eram peões de rodeio, eram peões de obra. Eu estava tentando tirar minha soneca e desisti devido a barulheira deles conversando e dando risada, além do mais, eles estavam parados ao meu lado já que o ônibus estava lotado.

Daí parei para prestar atenção no papo animado. Primeiro falaram sobre o encarregado que iria reclamar por que eles chegariam atrasados, mas que infelizmente eles não poderiam fazer nada já que ainda não tinham aprendido a voar e o trânsito estava lento, depois um começou a falar que o outro estava fedorento, em seguida, um dos peões que só fazia dar risada resolveu quebrar o silêncio e falar o que estava o incomodado.

“Rapaz! Eu vi uma moda ali quando entrei no ônibus que eu não sei se vai pegar. Ali na porta tem um cara com todas as unhas pintadas e cheias de florzinhas. Eu olhei a primeira vez pensando que era mão de uma mulher quando olhei novamente era a mão dele mesmo. Que onda da porra! Nunca que eu entro em uma moda dessas”, disse e depois caiu na risada.

Tempo depois o companheiro começou: “Rapaz! João (nome fictício até porque eu não lembro mais o nome da criatura) ontem estava com um chulé brabo. A gente entrou no ônibus e ele ficou sentado na escada. Eu tava sentindo um fedor de chulé da porra e estava achando que era eu. Fiquei todo preocupado, ainda mais que o povo dentro do ônibus estava olhando. Quando cheguei no trabalho tirei a bota para cheirar e vi que não era eu, então tenho certeza que era João. Chulé desgraçado, aquele ali derruba um”.


E o diálogo continuou....

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