Diário de Buzú: O dia que me estressei com a cobradora
A história do Diário de Buzú de hoje já tem um tempinho e foi um estresse total. Sempre que vou sair de manhã cedo procuro levar o dinheiro trocado para o cobrador não ficar naquela agonia perguntando se tenho um determinado valor para facilitar o troco. Bolsa de mulher tem tanta coisa e quero evitar o desconforto de ficar “futucando” a bolsa dentro do ônibus.
Justamente no dia que não levei o
dinheiro trocado, me estressei com a cobradora. Estava indo trabalhar, registrei
a passagem e dei R$ 20 para pagar o transporte no Camaçari X Lapa, que na
época, se não me engano, custava R$ 3,45. A cobradora pediu para aguardar, pois
não tinha troco. Até ai tudo bem.
Chegando em Camaçari, eu ia
descer três pontos antes da Rodoviária e fui pegar meu troco com a cobradora.
Ela simplesmente olhou para minha cara e disse que não tinha troco para me dar
e que eu teria que ir para a Rodoviária. Eu olho para ela e pergunto: seu eu
for para lá como é que eu faço para voltar? Você vai me colocar em algum ônibus
de volta? Ela no maior cinismo do mundo me disse que não.
Foi ai que eu me estressei. Comecei
a perguntar como era possível um absurdo daquele, que eu tinha apenas R$
20, que eu iria para rodoviária, mas ela teria que me colocar em outro ônibus
para eu ir ao meu destino, afinal, não iria pagar outro transporte, como podia em um ônibus lotado como aquele ela
ainda não ter o troco. Para quem não sabe o Camaçari X Lapa é uma lata de
sardinha. As pessoas vão apertadas como se estivessem naquelas embalagens a
vácuo.
A única coisa que ela me disse
foi que tinha outras pessoas para passar o troco também. Como meu dinheiro
estava com ela e se eu descesse quem sairia no prejuízo seria eu, então, ela
ficou quieta, estava na vantagem. A essa altura do campeonato o ônibus já
estava parado no ponto onde eu iria descer e o motorista lá esperando para
saber como iria terminar o enredo.
Os passageiros em alvoroço
querendo chegar a seu destino e eu lá mandando o motorista esperar até a
cobradora dar uma solução. Foi ai que um homem deu um vale a cobradora e mandou
ela me dar meu dinheiro. Sim! ele pagou meu transporte. Agradeci e desci do
ônibus morrendo de raiva.
Se você me perguntar quem foi o homem que
pagou meu transporte eu não sei dizer, estava com tanta raiva daquela cobradora
que não gravei a fisionomia do cara. Lembro que passei um tempo procurando ele
no ônibus para dar o dinheiro, mas, como não tinha a fisionomia dele
gravada foi uma missão impossível que com o passar do tempo eu esqueci.