Eu, o menino e a briga na escola na primeira semana de aula
Eu juro para vocês que nunca fui de ficar brigando pelo meio da rua igual vejo um monte de vídeos por ai espalhados pela intenet, mas, se tem uma coisa que eu não admito é que a pessoa queria me fazer de idiota ou me mande fazer uma coisa sem um real motivo para isso.
Essa história aconteceu quando eu tinha 10 anos, lá na 5ª série. Escola nova, amigos novos, ambiente novo, tudo novo e lá vou eu para a escola. Primeira semana de aula, você ainda não conhece as pessoas muito bem. Lembro que a gente chegava à escola cedo e ficava esperando o sinal tocar para subir para as salas. Enquanto isso, a gente ficava no andar de baixo, onde tinha uns brinquedos para as crianças das séries anteriores e alguns bancos, porém, não dava para todo mundo ficar sentado no banco e consequentemente alguém ficava em pé.
Estava eu lá, sentada de boa, com minha mochila nova, tênis novo, farda nova quando um menino resolveu que queria que eu levantasse para ele sentar. Eu não conhecia ele, ele não era de minha sala, não estava doente e consequentemente eu não ia dar o lugar a ele. Lembro que ele era mais velho, maior e umas duas séries a frente da minha. Por que eu teria que dar o lugar a ele? Por que ele era menino? Por que ele era mais velho? Por que ele queria tirar onda com minha cara? Não mesmo! Sai que eu não ia dar essa ousadia.
Prontamente eu disse que não ia levantar e ainda dei três opções:
1 – que ele fosse procurar outro lugar para sentar
2 – Que se sentasse no chão
3- Chegasse na escola mais cedo.
Foi ai que ele se revoltou, disse que eu era muito ousada e que se ele sentasse no chão iria sujar a farda dele...quer dizer que ele não podia sujar a farda e eu que podia... Começou a me puxar do lugar e eu segurando no banco... eu dizendo que não ia sair e ele dizendo que eu ia. Foi ai que ele mais forte conseguiu me tirar do lugar. Eu que não ia deixar barato, peguei a mochila dele e joguei longe aquelas mochilas pesadas, que a gente levava para escola, cheia de livros, caderno, estojo e infinitas coisas. O menino levantou para pegar a mochila e eu prontamente sentei no lugar e coloquei minha mochila nas costas né! Para ele não jogar longe também.
Sei que ele voltou mais revoltado ainda, puxando meu cabelo, minha farda, querendo me tirar do lugar a qualquer custa. Foi ai que minhas amigas, que estavam do outro lado do pátio e mandavam eu dar o lugar a ele, foram à Coordenação falar o que estava acontecendo, na tentativa de dar um basta na situação porque eu estava apanhando feio, mas, nunca na galáxia eu ia dar essa ousadia.
Foi ai que a coordenadora chamou a gente. Ô minha gente! Meu coração veio na boca... Primeira semana na escola e eu ia levar uma advertência. A dor da possível advertência era infinitas vezes maior do que a dor de ter apanhado do menino. Já entrei na sala pensando na “oração” que eu ia escutar na escola e em casa. Os olhos até lacrimejaram.
A coordenadora chamou a gente, perguntou o motivo da briga, que ela já sabia, pois minhas amigas já tinham contado. Foi ai que ela me surpreendeu e começou a dar o sermão no menino, falou que em mulher não se batia nem com uma flor, que qualquer justificativa que ele desse ele estaria errado e para finalizar o que ela fez?
A – Deu advertência nos dois
B- Deu advertência somente a ele
C – Mandou que eu batesse nele
Pasmem! A resposta é letra C... Ela me mandou bater no menino. #veleimesaobenedito.Que didática é essa minha gente? Eu fiquei chocada, mas é claro que fui lá dar tapa no menino. Dei um tapinha leve no rosto, meu choque quando ela ordenou que eu batesse nele foi maior que a força que eu tive para bater no menino.
Quando eu sai da coordenação, aliviada porque não tinha levado advertência, minhas amigas estavam na porta, revoltadíssimas porque eu havia dado um tapa fraco no menino. Segundo elas, eu devia ter dado um murro com gosto. E foi assim minha primeira semana de aula, na 5ª série, lá em 1997.