Doidas e Santas
Chegando em casa procurei saber de minhas amigas se alguma delas tinha o livro para me emprestar e para minhas frustração, ninguém tinha. Sendo assim, eu teria que ganhar ou comprar o livro. Eis que o pedi de presente de Dia das crianças para minha mãe e ela me deu.
O melhor presente que uma criança grande como eu poderia ganhar. Sabe quando você lê e vai se identificando com cada frase, cada parágrafo. Era assim que eu me sentia.
O livro é uma coleção de crônicas que foram publicadas nos jornais O Globo e Zero Hora. Crônicas como “Uma vida interessante”, “Terapia do amor”, “O que mais você quer?”, “Eu, você e todos nós”, “Qualquer um” me deixaram encantada e eu ia marcando, pois sentia a necessidade de dividir com alguém. Quando eu chegava em casa, eu digitalizava a crônica que havia me tocado e mandava para alguém. Geralmente esse alguém também adorava o que lia e isso vinha acompanhado de um “quando terminar você me empresta?”.
Terminar... Era isso que eu não queria que acontecesse. Dava uma dor no peito quando eu via que faltava poucas páginas para eu acabar de ler, eu lia novamente as crônicas na tentativa de retardar o final, mas o final chegou...Chegou na página 231 da crônica publicada no dia 13 de julho de 2008.
Veja só esse trecho e sei que o final virá acompanhado de um me empresta. “Eu, você e todos nós estamos à procura de algo que ainda não experimentamos, algo que a gente supõe que exista e que nos fará mais felizes ou menos infelizes. Eu, você e todos nós tentamos salvar nossas vidas diariamente, e qual a melhor maneira para isso? Trabalhar e amar, creio eu, mas não é fácil... Eu, você e todos nós somos crianças das mais diversas idades. Pedimos pelo amor de Deus que o telefone toque e que a partir desse toque um novo capítulo comece a ser escrito na nossa história... Somos uma imensa turma, somos uma enorme população, somos uma gigantesca família de solitários, eu, você, todos nós” .