Diário de Buzú: Uma Jóia Rara
Se no ônibus para Camaçari eu encontro pessoas e situações engraçadas, aqui em Salvador eu tenho tido a sorte de ver “Jóias Raras” para quem não sabe, Jóia Rara são aqueles gatinhos que a gente não encontra com tanta frequência por ai. Digamos que em uma semana, eu vi três gatinhos, isso é um lucro, já que meus olhos não estavam sendo agraciados tão frequentemente. Um dia desses eu estava voltando para casa quando uma Jóia Rara sentou ao meu lado no ônibus... E ai, lá vem Diário de Buzú.
Estou eu sentada em meu cantinho da janela, um pouco chateada, escutando música e conversando no whatsapp, quando de repente um gatinho senta do meu lado. Dei uma verificada total, daquelas de canto de olho e continuei escutando minha música. Demorou um pouquinho e a Jóia Rara já começou a conversar comigo, tive que tirar meus fones para dar atenção ao rapaz, afinal, não é todo dia que a gente se depara com essas coisas no busú.
Começou a dizer que tinha achado que eu era uma menina que conheceu em uma loja, que ele trabalhava no exército há quatro anos, que era de outra cidade e estava morando em Salvador durante esse período, que tinha se mudado para o bairro onde moro há oito meses. Que ainda não conhecia muito o local, pois estava sempre fora trabalhando ou estudando e quando tinha tempo ia curtir em outros bairros. Que gostava de ir para a Ribeira, Rio Vermelho, Itapuã, que ia para shows mas curtia mais festas menores. Disse que ainda não tinha feito um amigo de verdade para poder dividir os momentos, que Salvador era complicado ter um amigo de verdade e fez questão de frisar que morava sozinho, não tinha namorada, nem filho. Ô minha gente! Deu vontade de pegar para criar só pelo o tom melancólico que ele colocou para falar que estava sem namorada. Tenha medo
O papo foi longo...Quis saber meu nome e quando eu disse ele me perguntou se eu conhecia uma Larissa gordinha do bundão que, segundo ele, também mora no bairro. Rum! Sentou do meu lado achando que eu era a vendedora que ele conheceu em uma loja, depois perguntou se eu conhecia uma Larissa gordinha do bundão. Muito cheio dos conhecimentos kkkkkk
Daqui a pouco começou a me ensinar onde é que ele morava. “Sabe tal lugar, atravessa a pista, é uma rua ao lado, é só você descer a ladeira, não tem erro, a casa é assim”. Será que achou que eu ia lá fazer uma visita?
O ponto dele foi chegando, ele foi se despedindo, disse que tinha adorado me conhecer, agradeceu por eu ter dado atenção a ele e foi embora. E eu fiquei lá com vontade de dizer: Ei! volte aqui, fique um pouco mais e me deixe admirar sua beleza!
Oi, oi! Esqueci até que eu estava chateada