Diário de Buzú:Técnicas de defesa
Estava indo para o curso com um mau humor que toma conta de mim de vez em quando e uma mulher sentou ao meu lado no ônibus. Deu boa noite e eu educadamente respondi. Só bastou isso para ela querer puxar conversa.
Começou a falar que eu era educada, que os adolescentes de hoje em dia são mal educados, que no curso onde o marido dela trabalha a falta de educação é enorme, dentre outras coisas. Dei uma risadinha sem graça e fiquei olhando para a janela. Não queria conversar com ninguém, nem comigo mesma.
Passado um tempinho ela me futuca para falar da violência. Perguntou se eu tinha visto na televisão a briga das mulheres (essa aqui), eu cai na besteira de dizer que não e ela muito solidária resolveu me contar. No final da história disse: “Eu não brigo de puxar cabelo não, dou um murro na cara para a pessoa ficar logo tonta e cair de vez”. Não faltaram gestos Na tentativa de cortar a conversa eu aconselhei que briga nunca é o melhor caminho e voltei a olhar para a janela.
Quando penso que ela já me esqueceu, lá vem ela mais uma vez me futucando. “A mesma coisa é homem que bate em mulher. Eu que não vou morder, nem ficar chorando, tem mesmo é que quebrar os testículos. Vou te ensinar uma técnica de como quebrar os testículos de homem que gosta de bater em mulher”, disse. Segundo ela, o homem cai na hora, com os testículos quebrados e sem condições de reação.
Dei um duro procurando as imagens, mas é mais ou menos essa sequência.
Ainda não achei ninguém para fazer o teste. Preciso de voluntários, quem se habilita?
E eu me segurando para não dar risada. Finalmente o ônibus chegou ao destino e eu tratei de sair rapidinho de lá deixando para trás a quebradora de ovos.
E eu me segurando para não dar risada. Finalmente o ônibus chegou ao destino e eu tratei de sair rapidinho de lá deixando para trás a quebradora de ovos.