Diário de Buzú: As baratas tomaram conta
E para matar a saudade dos tempos do VSA, lá vem uma história diretamente do Camaçari x Lapa. Para falar a verdade, eu não sinto nem um tiquinho de falta daquele ônibus lotado, sujo, de ir em pé de Salvador até Camaçari, mas, vamos combinar que as histórias mais loucas aconteciam dentro do ônibus VSA.
Como o verão está se aproximando, venho com uma história que aconteceu mais ou menos nesse período. Estava voltando para casa e peguei o ônibus como de costume, um sol de rachar e as pessoas que entram no ônibus primeiro, sempre procuram o lado da sombra, afinal, ninguém merece viajar de Camaçari até Salvador, com o sol batendo no rosto. Na verdade, muito pior, é viajar em pé, e esse era meu caso, já que o ônibus havia saído cheio da Rodoviária e eu peguei o busú no ponto seguinte.
Estava fazendo um sol, daqueles que a única vontade que se tem é ficar em uma banheira com água gelada, porém, todo mundo viajava bem, na medida do possível, quando, de repente, as baratas começaram a atacar. Minha gente! Não foram duas baratinhas, foi um batalhão de baratas saindo de todos os cantos do busú. Só se via gente levantando da cadeira, batendo os pés, se batendo, espantando as baratas que apareciam aos montes. As baratas começaram a andar pelas cadeiras, no chão, pelos ferros. Acho que nunca tinha visto tantas baratas em um buzú.
Quem estava em pé meu caso dava risada de quem teve que levantar por causa das baratas. Quem estava sentado, brigava com as baratas porque tinha que ficar no senta e levanta. Foi gente mandando o motorista parar o ônibus, pois não queria seguir naquele buzú infestado de baratas, foi gente mandando seguir, coisas que só se via no VSA. Uma confusão!
Eu, de vez em quando, dava uma olhada para o chão, e dava uma batidinha no pé, para ver se não tinha nenhuma barata no meu sapato ou tentando subir em minhas pernas. Graças a Deus consegui chegar ao ponto que eu iria descer, sem ser atacada por nenhuma barata, e agradecendo, pois, se a barata fosse voadora, por exemplo, o caso seria mais complicado.
No fundo, eu acho que as baratas estavam mesmo com calor. Enquanto o ônibus estava na Rodoviária, na sombra, elas estavam quietas, bastou encarar o sol, para elas resolverem sair para pegar uma fresca.